quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sepia-toned loving

Gostoso mesmo é quando a gente acorda com a paixão dentro de si. Abre a janela e abre um sorriso para um dia tão cinzento. Dispõe-se a amar as paredes, o café. Flutua pelos corredores e voa pela cidade. E sai. Percorre o mundo espalhando isso.
Com esses olhos brilhantes, que enxergam além do firmamento, que vão além do olhar. Com esse esperançoso e ingênuo pensamento de que a vida é linda por si só. Basta ter visão que lhe permita ver.
E então, o frio não será capaz de lhe esfriar. Nem a tristeza impedirá o sol de brilhar. Ele está lá, às vezes escondido, mas está. Basta olhar. Sentir. Sorrir. Amar.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Home is wherever I'm with you

Parece mesmo que estou perdida. E ao mesmo tempo me sinto muito feliz, como nunca senti antes. Sei que meu lugar ainda não é esse, mas continuo na busca. Até que um dia possamos nos esbarrar em qualquer uma dessas esquinas desse mundo tão tortuoso. E tomar um café. E falar do tempo. E assistir ao pôr-do-sol. E abraçar o mundo. E amar, amar, amar. Para sempre.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Parece que desapareceu

               A vida muda. E passa. E às vezes, rápido demais. Tão rápido que demoro a perceber que passou. A vida corre. Cria asas. E voa. Voa alto. Tão alto que, de repente, me sinto longe demais para alcançá-la. Mas calma. Calma que a vida ainda é minha. Ainda estou aqui. Ainda tenho memória. E lembranças que fazem barulho, como a obra do vizinho do andar de cima.
                E agora eu só consigo dar risadas tristonhas disso tudo. Principalmente porque sinto saudades daquela vida que levei. Da vida devagar. Da vida em que eu tinha mais tempo pra pensar em você antes de cair no sono. Mas voou. Cresceu. Cresci. E esse amor... Ah, parece não mais caber nos dias tão cheios dessa vida.
                 Tenho buscado a eternidade. E quero te levar comigo. Sei que uma vida não é suficiente. Nem duas. Mas as nossas vidas não têm fim. Assim como não tem fim essa mudança. E a vida tem sido rápida demais. Cruel demais para conosco. Não há mais aquelas tardes de domingo em que, deitados na rede, sonhávamos com toda pequena coisa que o futuro nos traria. Inclusive acho que o futuro já passou e eu não vi. Talvez os sonhos tenham passado despercebidos também.
 Decidi então sentar e esquecer-me do tempo que corre fora de mim. Mas me parece que o tempo dentro de mim é tão grande. E veloz. E infinito. E você, maior que tudo isso, me faz acreditar que a vida pode passar, pular, virar-me do avesso. Mas o amor não passará.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Let's get lost

 E então você me olha profundamente, com esses olhos verdes que brilham no escuro da nossa paixão, e eu já não consigo resistir. Não posso deixar apagar a chama que vejo acesa em você e que agora se faz ardente em mim também.
 E então você me vem com esse carinho que tem cheiro de amor, com a mão que passeia pelos traços do meu rosto, com esse sorriso de quem vai me fazer feliz e eu me perco. E já não quero mais achar o caminho que me leva de volta ao mundo onde um sopro é capaz de apagar uma chama. 

domingo, 9 de janeiro de 2011

Cacos de vidro

Ele caminhava, e caminhava bem depressa. Não estava indo a lugar algum e, no entanto, não podia parar. Não conseguia, não queria e não tinha por que parar. Mas parou. Parou e desabou. Caiu de joelhos no chão e com o rosto entre as mãos, começou a chorar. E eu, que estava a observá-lo, não pude evitar me aproximar. Cheguei mais perto, me abaixei junto a ele e passei o braço por sobre seus ombros. Perguntei, então:
 - O que lhe aflige? – Ele nada disse, mas por resposta sua esperei. 
E depois de longos minutos, aos soluços, escutei:
 - É que... Ela... Ela se foi, e já não posso mais viver.