domingo, 30 de maio de 2010

De repente não é tão ruim

 Talvez, agora seja a hora de seguir em frente sem olhar para trás, sem mais lamentações pelo não feito, pelo mal feito. Talvez, seja agora o tempo em que eu esperei. O tempo em que eu deva ir sozinha, fazer a minha escolha.
 Talvez eu deva decidir as coisas sozinhas, sem conselhos, sem ajuda. Para aprender um pouco sobre o mundo lá fora. Sem alguém segurando na minha mão o tempo todo. Sem alguém que me alerte sobre o perigo. 
 Eu apenas sinto que agora eu deva sair, deva me desprender. Cansei de contar com a sorte e com os sonhos. Eu estive muito iludida. Agora é quando eu tenho que aprender a viver a realidade. 
 Sem dúvida. Sem medo da solidão. 

Insuficientemente sem você

 No fundo eu sabia que não seria tão difícil. Sabia que eu já tinha o esquecido uma vez. Duas. Três... E não seria tão complicado esquecê-lo de novo. 
 Mas eu insistia em pensar nele ao ouvir músicas de amor. E insistia em pensar que eu o amava mais do que a minha vida. Que eu jamais seria feliz sem ele. 
 Se eu estava provocando minha dor, por que não conseguia arrancá-la de mim? Porque eu era incapaz de querer isto. Eu não queria não querê-lo. Pode parecer confuso, porque afinal, é. Mas era exatamente isso que eu sentia. 
 Sentia vontade dele. Das palavras contraditórias dele. Do abraço dele. Da forma como eu sentia calor quando estávamos juntos. 
 E isso me doía, apenas por eu saber que ele não sentia o mesmo. Ou era orgulhoso demais para demonstrar. E o máximo que eu conseguiria com ele de novo, seria uma noite. 
 Ou uma dolorosa amizade, para a vida inteira. 

domingo, 16 de maio de 2010

Eu e você

E até posso tentar ser só uma amiga, mas não vai adiantar. Se você não se liga que é só você parar de tentar consertar o que ficou pra trás, eu não quero lembrar. É só você parar de me tratar tão bem. Eu to tentando te esquecer, mas toda vez que eu te vejo esqueço o porquê. [...] Eu quase morro quando diz que pra você sou diferente. Já te fiz feliz. 

 Manoela Gavassi - Eu e você.

sábado, 15 de maio de 2010

À procura da terra do nunca

 Era tudo mais simples, e eu desprezava.
 Eu sempre quis chegar ao lugar aonde eu estou indo agora. Mas eu quero voltar. Não desejo mais seguir em frente. Insegura e machucada.
 Voltar agora não seria regredir. Não ao meu ponto de vista.
 Talvez seja só saudade de colo, de atenção. Ou carência. Mas, certamente, é porque tomei consciência de que não é fácil crescer.

Incansável choro

Chocolate, romances. 
Ao fim da tarde, lágrimas.

Beijos, casamento. 
Na noite escura, lágrimas.

Pedidos, sorrisos.
Em pleno almoço, lágrimas.

 Amor, casais.
Madrugadas inteiras, lágrimas.

Não transparecem pelos olhos,
mas doem na alma.

O que bonito é, me lembra a dor.
Lágrimas caem sem pudor.

Sonhos não são bobagens

 Acordei chateada. Queria o barulho de volta. A confusão me fazia sentir bem. Quando eu podia ver que era só um sonho. 
 E que sonho... As coisas sem nexo. As pessoas dizendo frases engraçadas. A música boa. O cheiro da comida. Outra música boa. Todos sorrindo por motivos em comum. Mesmo assim, continuava sendo confuso.  
 Confuso porque era difícil acreditar naquilo. Na situação, na felicidade. Há muito tempo só tenho vivido isso em sonhos. Sem o peso da saudade. Sem a culpa, despreocupada.
 Da última vez foi um pouco diferente. Havia uma riqueza maior do que antes. Havia um brilho indescritível. Vindo dele, de seu sorriso. Eu esperei tanto por vê-lo, e, enfim, ele estava lá. 
 Continuava sendo um sonho confuso. E mais lindo do que nunca. Eu me vi de uma forma tão diferente, radiante. Com ele sempre ao meu lado, como tinha de ser. 
 Acordei chateada. Queria o meu sonho de volta. Lá eu consigo me sentir bem. Qaundo nada mais importa, só o sonho. 
 Estou aqui, sonhando novamente. Porém, acordada desta vez.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Inconstância permanente

Esse humor, essa saudade.
Um grande aperto no coração.
Cabeça tonta, calafrios.
Esse tremor nas mãos.

Quente de mais, fria de mais.
Os pés sempre no chão.
Tamanho sono, olhar caído.
Ainda esperando na estação.

Insônia e ansiedade.
O celular sempre à mão.
Deixo de contar o tempo.
Cansei da precaução.