Cacos de vidro
Ele caminhava, e caminhava bem depressa. Não estava indo a lugar algum e, no entanto, não podia parar. Não conseguia, não queria e não tinha por que parar. Mas parou. Parou e desabou. Caiu de joelhos no chão e com o rosto entre as mãos, começou a chorar. E eu, que estava a observá-lo, não pude evitar me aproximar. Cheguei mais perto, me abaixei junto a ele e passei o braço por sobre seus ombros. Perguntei, então:
- O que lhe aflige? – Ele nada disse, mas por resposta sua esperei.
E depois de longos minutos, aos soluços, escutei:
- É que... Ela... Ela se foi, e já não posso mais viver.
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