domingo, 9 de janeiro de 2011

Cacos de vidro

Ele caminhava, e caminhava bem depressa. Não estava indo a lugar algum e, no entanto, não podia parar. Não conseguia, não queria e não tinha por que parar. Mas parou. Parou e desabou. Caiu de joelhos no chão e com o rosto entre as mãos, começou a chorar. E eu, que estava a observá-lo, não pude evitar me aproximar. Cheguei mais perto, me abaixei junto a ele e passei o braço por sobre seus ombros. Perguntei, então:
 - O que lhe aflige? – Ele nada disse, mas por resposta sua esperei. 
E depois de longos minutos, aos soluços, escutei:
 - É que... Ela... Ela se foi, e já não posso mais viver.