terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sopros podem despedaçar

 E ao sair na rua, cedo da manhã, o vento gelado me doía. Todos os dias, a imensidão da rua vazia machucava. O som dos meus sapatos batendo no asfalto desagradava ao ouvido.
 A cada passo me sentia mais distante donde queria chegar. E o vento se tornava cada vez mais forte, bagunçando meus cabelos. Aonde eu queria chegar? Eu queria ir muito mais além daquelas ruas, daquelas casas, daquele lugar. E junto com o vento, eu me sentia vazia também. Caminhando para o meu nada.
 Um dia ao sair de casa, em mais uma dolorosa manhã fria, dei os primeiros três passos rumo ao nada e parei. Sentei em uma das calçadas e fiquei ali deixando o vento me torturar. Deixei que a rua tomasse conta de mim.
 Foi mais doloroso do que nunca. Porque não importa o quanto aquela rua fosse imensa e vazia e o vento podia soprar-me e machucar-me o quanto quisesse... Jamais seria tão imenso, vazio e doloroso como é dentro de mim. 

domingo, 8 de agosto de 2010

Meu blog é deslumbrante?

Recebi esse selo da Ana Clara, que escreve em ''Queime depois de ler'' e fiquei radiando de alegria. Obrigada, mais uma vez.  

As regras são as seguintes:
1. Deixar um comentário nesse post; 2. Criar um post para o selinho; 3. Passar esse selinho para 6 pessoas ou mais.
Indico os seguintes blogs:

-
Segredos, cigarros e momentos, por Mayara de Carvalho;
- Rosas inglesas, por Louise Mira;
- Frases bonitas não completam vidas, por Paula Souzza;
- Meu eterno purgatório, por Carolina Gasi;
- It is sunny but cloud inside, por Paula S.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Janelas da alma

 De repente, você solta um suspiro para acabar com o silêncio constrangedor. Eu levanto a cabeça e olho fundo, dentro dos seus olhos. Eles quase falam por você.
 Continuo lhe olhando. Mas o seu suspiro deve ter lhe deixado sem ar. E você parece tentar dizer-me algo que não consegue. A sua saliva está presa em um nó na garganta. Consigo ver a sua dificuldade de engoli-la, quando seu pomo de adão sobe e desce, vagarosamente.
 Continuo lhe olhando, com meus olhos marrons escuro. Olho-lhe de uma forma a lhe encorajar a dizer o que quer. Se é que lhe falta coragem. Não sei o que lhe falta. E isso de alguma forma me tortura.
 Mas continuo lhe olhando, amor. Porque eu sei que você falta. Você me faz falta. E daqui a alguns poucos minutos, depois de você decidir se consegue ou não falar, eu demorarei muito a lhe ver novamente.
 Porque nós somos tão separados quanto o Sol e a Lua.  Mas os nossos corações estão sincronizados, em qualquer lugar, palpitando juntos. E em tudo que vejo, enxergo o teu olhar. Esse olhar medroso. Que continua a me hipnotizar.


Palavras, para mim, dizem muito menos que um olhar ♪