sábado, 5 de junho de 2010

Abandonei a minha hipocresia

 Não podia ser assim tão inflexível. Inflexível? Não é essa a palavra. Não devia ser tão... Tão imutável. Tão irreversível. Isso é muito desconfortável. Muito doloroso. 
 Mas não há ninguém que eu possa culpar. Não há nada que possa ser levado ao purgatório por causa disso. É simplesmente questão de destino. Se isso existe. Sorte, sina. Não sei. Realmente, não sei. 
 É insuportável. Dói demais. Eu já disse que dói? Meu Deus, como dói. Essa distância. Não é bem a distância. É  o fato de saber que não posso fazer nada. Eu apenas espero, sempre. E um dia melhora. 
 Não melhora. Me iludi. Nunca melhora. Apenas disfarça. Se esconde. Dor estúpida. E eu não peço muito a dor. Peço somente que desapareça. De uma vez por todas. 
 Já pode parar de machucar o meu coração. É inútil. Não me importo mais. É só uma dor que me conforma. Que me lembra todos os dias que eu nunca mais vou poder mudar o meu coração. Nem consertá-lo. Então eu me tornei nisto. Isto? O quê?
 Apaixonada, dolorosamente conformada.

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