terça-feira, 29 de junho de 2010

Não se compra

 Há muito tempo ela não sentia aquilo. Não se tratava de amor dessa vez. Era algo indescritível. Como um alívio. Uma paz interior que nada abalaria. A sensação de ter feito a coisa certa, ao menos uma vez. Mas ela não havia feito nada.
 Não algo certo. Ela apenas soltou as suas verdades. Declarou seus medos, segredos. Dessa vez ela não se preocupou em magoá-los; ela sempre os magoava de alguma forma. Logo ela, tão doce. Mas sempre vista como cruel.
 O que ela sentia era o oposto disso tudo. Era bom, doce, macio. Não havia arrependimento. Ela estava completa. Dessa vez estava. Mas ela continuava lá. Na mesma escola, na mesma casa. Com os mesmos amigos. E o namorado? Ainda estava a milhas de distância.
 Ela apenas cansou. Cansou de tentar voltar no tempo. Cansou de se desculpar. Cansou de sempre ver o lado ruim das coisas. Agora, ela apenas sabia qual rumo seguir. Aprendeu em quem confiar. E com quem se divertir.
 Ela simplesmente não se importava mais com o pessimismo, com a revolta e com a dor. Ela aceitou seu destino, suas escolhas e seus erros. Ela descobriu o que é ser feliz. E isso é impagável.

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