A cada passo me sentia mais distante donde queria chegar. E o vento se tornava cada vez mais forte, bagunçando meus cabelos. Aonde eu queria chegar? Eu queria ir muito mais além daquelas ruas, daquelas casas, daquele lugar. E junto com o vento, eu me sentia vazia também. Caminhando para o meu nada.
Um dia ao sair de casa, em mais uma dolorosa manhã fria, dei os primeiros três passos rumo ao nada e parei. Sentei em uma das calçadas e fiquei ali deixando o vento me torturar. Deixei que a rua tomasse conta de mim.
Foi mais doloroso do que nunca. Porque não importa o quanto aquela rua fosse imensa e vazia e o vento podia soprar-me e machucar-me o quanto quisesse... Jamais seria tão imenso, vazio e doloroso como é dentro de mim.
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