quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Janelas da alma

 De repente, você solta um suspiro para acabar com o silêncio constrangedor. Eu levanto a cabeça e olho fundo, dentro dos seus olhos. Eles quase falam por você.
 Continuo lhe olhando. Mas o seu suspiro deve ter lhe deixado sem ar. E você parece tentar dizer-me algo que não consegue. A sua saliva está presa em um nó na garganta. Consigo ver a sua dificuldade de engoli-la, quando seu pomo de adão sobe e desce, vagarosamente.
 Continuo lhe olhando, com meus olhos marrons escuro. Olho-lhe de uma forma a lhe encorajar a dizer o que quer. Se é que lhe falta coragem. Não sei o que lhe falta. E isso de alguma forma me tortura.
 Mas continuo lhe olhando, amor. Porque eu sei que você falta. Você me faz falta. E daqui a alguns poucos minutos, depois de você decidir se consegue ou não falar, eu demorarei muito a lhe ver novamente.
 Porque nós somos tão separados quanto o Sol e a Lua.  Mas os nossos corações estão sincronizados, em qualquer lugar, palpitando juntos. E em tudo que vejo, enxergo o teu olhar. Esse olhar medroso. Que continua a me hipnotizar.


Palavras, para mim, dizem muito menos que um olhar ♪

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