domingo, 18 de julho de 2010

Conto de fadas

 De braços cruzados, as bochechas quase no mesmo tom de vermelho das unhas. Os longos fios castanho-dourados do cabelo dançavam, no ritmo do vento. Os olhos escuros nada focavam na direção dos trilhos.
 Estava parada e, de tempos em tempos, olhava ligeiramente o relógio de pulso, em um sutil movimento. Isso me fez perceber que esperava alguém. Permaneceu nesse estado por algum tempo. Até que um sorriso invadiu seu rosto pálido. Bem como a luz do sol invadindo uma manhã cinzenta.
 Ao longe um rapaz ia caminhando bem depressa, em sua direção, esbarrando com algumas pessoas que também desembarcavam do trem. Ela, por sua vez, o fitava com os olhos mais vivos e focados agora. Sorria alertamente.
 E podia quase chorar, quando ele chegou perto e segurou sua mão. Beijou-a e sussurrou palavras em seu ouvido, que podiam ser facilmente lidas em seus lábios: “eu amo você”. Ela teve certeza, então... De que não eram cenas de um filme dessa vez.

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